21 August 2006

MÃES


As mães não deveriam ir embora desse mundo,
Até que seus filhos já tivessem realizado todos os seus sonhos,
Chorado todas as lágrimas,
Corrido todos os riscos,
Amado impensadamente de todo coração
E pudessem, ainda assim,
Saber que, havendo um futuro,
Este se prolongaria,
Na certeza de um amor que jamais termina,
Ao contrário, germina e fortalece,
Para transportar, de geração em geração,
O que passou, o que ainda é,
E o que virá de bom, de belo e de eterno.

As mães não morrem de verdade
Elas se vão, mas fica a fortaleza da vontade,
De que elas ainda enxugam lágrimas,
Seguram nossas mãos,
Nos dão a força, o ânimo e a coragem,
Alegram-se conosco,
E sorriem, serenas, ao longo da jornada.
A minha mãe, ausente, com seus olhos verdes,
Ainda hoje é meu espelho d´agua;
Se ela reflete em mim a calma e mansidão,
Reflito nela a incompreensão dessa saudade.

1 comment:

Anonymous said...

Cecí, que maravilha!! Que lindeza!!!
Que vontade de ter escrito esse poema para ela!!!
Que saudade me deu! Me emocionei!
Obrigada!
Super beijo da Moniquinha