Quando eu morrer
Em vez do espírito branco, etéreo e leve,
Há de sair de mim a borboleta
De uma cor só, velha, rota, vesga
E voará, a esmo, em círculos rasantes,
A indagar indecisa qual caminho
Há de tomar para seguir em frente
Voará, borboleta, voará,
Sem nunca encontrar vestígio ou rastro
De pedra, ponte, arvores, cidade,
Santos, anjos, deuses, dos fantasmas.
A borboleta que mora em mim só de mim sabe
Só sabe de viver do que eu sou
Talvez morra em mim, se eu morro nela,
Talvez não morra,
Talvez me eternize,
E me diga que não fui.
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