Derrubo café preto para dentro da xícara azul marinho
Cor entra na cor
O azul se ressente da intrusão do negro
Preto, ousado, delicia-se,
Alarga-se,
Ocupa todos os espaços nas
Microscópicas reentrâncias,
Exalando seu cheiro
Ocre, erótico, indiano,
Para finalmente desprender sensual fumaça castanha
Que vem para fora em anelamentos de satisfação
E se esvai, se esvai,
A provocar na xícara imóvel
A plenitude densa dos aromas,
Para em suave retração,
Ir se perdendo o fogo
De há pouco retirado
Amor físico – café quente
Xícara de negro azul – alma de mulher,
A abrigar calor,
Embora por momentos.
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