Ontem me disseram que poeta deve escrever com conhecimento de causa Loucura!
Eu, poetinha de mentira, respondo aqui, que a verdade absoluta é a realidade sem causa.
Hoje não é dia de escrever nada
Os passarinhos que voam estão voando normalmente
O gavião que mora à janela abaixo já deu uma rasante duas vezes
A orquidea que enfeita a sala está imóvel à espera de fenecer
Os carros estão passando lá em baixo e as vezes buzinam uns para os outros
Abri a geladeira, as coisas lá dentro ainda tiritam de frio
Daqui a pouco é meio dia, e meio dia se estenderá pra noite
Não há o que escrever
A não ser que eu gostaria que os passarinhos que voam entrassem na geladeira
Que o gavião enfeitasse a sala e buzinasse
E que o mundo ficasse louco de repente
E eu, a gargalhar, contente,
Esperando que como a orquidea, o dia fenecesse.
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