30 September 2006

SEU NOME


Seu nome em pencas, brota em consoantes,
Mas não é um nome duro e petrificado
Não há razão pra não dizer seu nome,
Ele é som de água quando rodopia,
E som de vento, quando desvairado
Minha boca hoje quer tomar seu nome,
E engolir seus sons com língua úmida e erotizada
Travo o seu nome por entre meus dentes, cravo-o
Mordo-o, lambisco-o nas partes mais pesadas,
Assim eu o torno doce,
Macio e leve nas sílabas alteradas
Seu nome em minha boca, dito assim, é chuva,
Que cai mansinho em melodia ritmada
Seu nome agora é som de queda d’água,
Aérea em sopro de vogais enfileiradas.

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