Daqui de cima, vejo um homem baixo
Levando um cachorro pela coleira, arrastado
É um cachorro pequeno, escuro, nervoso, irado
E que merece sair pra espantar a raiva
Eu tenho a minha poesia que me acompanha todo dia
Não passeia comigo, nem a distraio,
É uma companhia que me segue, intacta,
Não é silenciosa, nem ruidosa
Levando um cachorro pela coleira, arrastado
É um cachorro pequeno, escuro, nervoso, irado
E que merece sair pra espantar a raiva
Eu tenho a minha poesia que me acompanha todo dia
Não passeia comigo, nem a distraio,
É uma companhia que me segue, intacta,
Não é silenciosa, nem ruidosa
Não se farta de mim e nela nao há cansaço
É só uma poesia pequena, mas mansa e triste
Não precisa sair para amainar sua dor
Não espanta ninguém,
A não ser a mim mesma,
Que vejo, deslumbrada
Que ela não me leva, nem eu a levo a nada
Mas que não me larga
Não me larga
Nem me dá trégua, nem descanso
Apenas uma pesença em mim, como um estado,
Uma poesia assim, em mim, entrelaçada.
Às vezes penso que sou eu que ando às tontas
Mas a poesia me diz que não e me amalga,
É só uma poesia pequena, mas mansa e triste
Não precisa sair para amainar sua dor
Não espanta ninguém,
A não ser a mim mesma,
Que vejo, deslumbrada
Que ela não me leva, nem eu a levo a nada
Mas que não me larga
Não me larga
Nem me dá trégua, nem descanso
Apenas uma pesença em mim, como um estado,
Uma poesia assim, em mim, entrelaçada.
Às vezes penso que sou eu que ando às tontas
Mas a poesia me diz que não e me amalga,
Às tontas e à beira da razão, atada.
É que eu ainda sou aquela de olhinhos fundos
Esperando que a vida um dia me arraste
Mas a poesia não deixa,
Me finca no espaço.
É que eu ainda sou aquela de olhinhos fundos
Esperando que a vida um dia me arraste
Mas a poesia não deixa,
Me finca no espaço.
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