09 March 2009

MULHER COM PRAZER


Nasci mulher, por sorte minha
e se não tivesse nascido mulher,
optaria por ser mulher,
não obstante um corpo que teimasse em não sê-lo.
Eu sou a mulher incógnita da esquina
e a mulher arrebatada das camas ainda quentes e desarrumadas
Se falo, há mulher em minha voz
e se me calo, uma mulher dentro de mim me cala.
Se na mulher reside a dor original,
em mim reside o prazer original.
Sofro e amo como a mulher primeira;
aquela que desvirtuou, distorceu, convenceu
e também provou do transverso.
As mulheres são lisas e tranversas
e nisso eu me comprazo.

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