Ninguém me procura
e ninguém sabe mais quem eu sou
Nem eu sei mais de mim,
apenas o conhecimento de algumas digitais
por sobre a cera dos móveis
e três ou quatro fios de cabelo na escova sobre a pia
mostram a minha presença.
Se eu me for, quem finalmente dirá,
"Ela foi santa, serena,
compreendia e realizava coisas ardilosas,
sabia cantar, costurava meias, limpava a prata da casa..."
E se eu não me for,
e ficar aquém das paredes,
de modo invisível e envergonhado,
o que dirão?
Dirão que desisti,
porquanto não fui santa, nem pacífica,
fui má.
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