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Houve um tempo que eu quis me chamar África
por ser o nome mais inequívoco
e fricionado que conheço
África nomeia uma mulher redonda,
de quadris largos,
peitos arfantes e colares
caindo por sobre um ventre comunitário,
generoso, amante...
Uma mulher de pele grossa,
humores alterados
de pisadura forte e nua;
uma mulher com feitura de mulher,
mas com a preventiva coragem selvagem
daquela que guarda em dentes suas armas
que esconde o leite no entre das virilhas
que sua gostoso debaixo das palhas,
que fala alto e que também não fala nada.
Não me chamaram de África,
nem de louca, nem de sereia das águas;
chamaram-me por nome de santa.
Apenas por isso,
carrego em meus lombos estreitos um mosteiro vazio
e em minhas partes íntimas, um mantra
que chama e chama.
Santa, santa,
de que matéria te fizeram eles?
África do nunca,
qual matéria tua ele me tomaram?
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