16 March 2012
POEMA PARA MEU AMOR
Um divino amor de gato,
ah, esse amor que mata!
Lambe-me, mas
não come a minha alma;
deixa-me solta, a zoar,
libélula, na minha liberdade.
E se não me compreende,
se não canta comigo,
é porque compreende
a sua própria liberdade.
Somos dois em um,
como a marmelada e goiabada
eu, a marmelada....
Ah, esse amor divino,
meu gato e eu,
que me contou sobre as farsas
das estrelas e das cartas
Falou-me, sorridente
da ausência do divino
entre nós, tão venerado.
Falou-me das casas antigas,
das receitas caseiras tão antigas,
falou-me do nosso amor, também antigo,
até que, vencida, me calei,
por falta de palavra.
Ah, divino amor de gato,
que não me come as vísceras,
mas me mata!
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