07 May 2012

POEMA DA MANHÃ


Entrei no pomar e achei que aquilo era felicidade.
As jabuticabas estouravam catarses
e o mamão leitoso sugeria vida,
e vida em abundância.
Quando eu era criancinha de peito,
as árvores exigiam respeito.
Mas hoje, justamente hoje,
quando o pomar é um punhadinho de árvores
e flores, e frutas isoladas,
compreendi que o tempo mina e mirra.
Mirrou-me. Minou-me. Mira-me.

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