O verso era assim:
“A boca fala do que o coração está cheio”
Eu fiz de conta que por fora do meu peito
Havia um fecho éclair dos mais antigos
E pela primeira vez eu quis abri-lo
Para verificar nele o que havia dentro
Fui colocando sobre a cama uns objetos variados
Primeiro uma caixinha chinesa de papelão pichado
Que escondia bem trancadas as minhas friezas
Um lápis mal apontado em cor turquesa
Gasto de escrever meus sentimentos;
Um anel pequeno com pedra incrustado
Cor de abóbora caipira e que fora tirado
Dos doces de compotas do passado
E um missal azul, de capa perolada,
Que me lembrou da divindade que havia
Por dentro do meu coração arrebentado
- Não havia chave para o escape
Nem barco que ventania arremessasse -
Coloquei os objetos no lugar
Fechei a entrada e a saída com cuidado
Meu coração fala tão pouco agora
Do que minha boca falava antigamente;
É por saber que há tão poucas coisas que eu guardo!
“A boca fala do que o coração está cheio”
Eu fiz de conta que por fora do meu peito
Havia um fecho éclair dos mais antigos
E pela primeira vez eu quis abri-lo
Para verificar nele o que havia dentro
Fui colocando sobre a cama uns objetos variados
Primeiro uma caixinha chinesa de papelão pichado
Que escondia bem trancadas as minhas friezas
Um lápis mal apontado em cor turquesa
Gasto de escrever meus sentimentos;
Um anel pequeno com pedra incrustado
Cor de abóbora caipira e que fora tirado
Dos doces de compotas do passado
E um missal azul, de capa perolada,
Que me lembrou da divindade que havia
Por dentro do meu coração arrebentado
- Não havia chave para o escape
Nem barco que ventania arremessasse -
Coloquei os objetos no lugar
Fechei a entrada e a saída com cuidado
Meu coração fala tão pouco agora
Do que minha boca falava antigamente;
É por saber que há tão poucas coisas que eu guardo!
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