03 August 2006

ANTAGÔNICOS

Há dentro de mim dois inimigos
O capitalista burguês que conta as moedas e esfrega as mãos, contente
E o poeta, que desesperado, sai à procura da casinha montada na árvore da infância
Que é pra ver se restou alguma coisa de magia, e que lamentando, nunca a encontra.
E este, que escreve estes versos,
Que está fora de mim,
Não sabe contar ou nem sonhar lhe cabe,
É o observador que tristemente anota
Os estados de evocação de minha alma
Pobre capitalista, que nunca satisfaz seu ego de poeta,
Pobre do sonhador, que nunca encontra o tesouro
Que nem sequer existiu, ou jamais houve.

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