25 September 2006

LOUCA CECI


As coisas são como são
Mas para Ceci
Coisas não são coisas
Sao bilhetinhos de poesia
Que chegam todo dia
Junto com o café quente e a manteiga no pão
Na voz taquarada e rachada do apresentador de TV
Na sujeirinha que ficou entre a porta e o quintal
No ruído da água do chuveiro que o vizinho abre
Todas as coisas podem ser aconcretadas
Mas Ceci interpreta assim
A poesia primeiro,
Depois a crueldade que vem
No grito, no processo, na indiferença
Ceci romantiza tudo
É porque Ceci é louca
Mas eu,
Eu não sou não.

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