30 November 2006

FAVOR



Me faz só um agradinho
Escreva meu nome em z
Me leva pra Aricanduva
Me liga debaixo de chuva
Me beba com gosto de uva
Me tira da sensatez
Um agradinho somente
Nunca me chame de santa
Não se afaste se eu não for
Não grite em som de soprano
Porque eu estou tão destemperada
Tenho uns cortes desalmados
Tenho uma vida suspensa
Num varal reinventado
E um futuro quebrado
Igual ao vaso de barro
Nos cacos da indecisão
Me salva da impiedade
Me livra da minha maldade
Não se assuste com meu medo
Nem me dê o seu sossego
Me dê vida, vida mansa
Aquela vida de rei
A vida que nunca tive,
A vida que não conheço
A vida que eu terei.

1 comment:

Anonymous said...

Estive por aqui e me senti leve como uma pluma. Palavras, doces amargas,alegres,tristes,verdadeiras,sei lá.Todas as palavras que tem seu motivo de existir. Certamente vou dormir melhor, pois agora vou dormir com suas palavras, inseridas ou não, no meu, ou seu contexto.
Zazá