26 November 2006

PERDÃO, VOLTE AMANHÃ


Hoje tudo o que escrevo não está bom. Já comecei um poema, resolvi colocar nele o titulo de “ Inacabado!”, mas não tive coragem de publicá-lo. O inacabado está inacabado demais. Depois me voltei para uma crônica que venho tentando terminar a tempos, cujo título quero e devo desenvolver “As curvas das Estradas de Santos”, mas o texto está tão ruim que somente tentando consertá-lo me irritou um monte e deixei pra lá. Agora mesmo resolvi escrever sobre o tédio domingo, achei óbvio demais e parei.
Escrever é o ofício mais desgastante que conheço. Não ser por pesado ou aborrecido, mas porque muitas das vezes não depende de nós, que escrevemos, mas de uma força externa que nos leva a desenvolver idéias. Se a força não está conosco, não adianta clamar por santos e nem acender velas. Sinto uma pena imensa por quem tem como profissão escrever e pior, prazo para entregar. Deve roer as unhas e lamber as orelhas em dias como esse que estou vivendo.
Dias em que não há nada pra se falar a não ser que as idéias não vêm e que é preciso escrever para não perder a prática.
Mesmo sem assunto, sente-se uma impulsão danada para a escrita, então assim, o escritor fica dando voltas em cima de um tema que às vezes não sai suco. Tenta-se, tenta-se e sai isso o que estou escrevendo, ou seja, nada. Mariposa em cima de lâmpada, nunca assenta nem descansa.
Mas porque queria escrever, basta dizer hoje que clamarei pelos deuses, berrarei ao infinito e me prepararei para dormir, na esperança urgente que amanhã as palavras e os assuntos voltem, porque escrever assim forçando a mão é martelar em ferro frio ou fazer careta pra cego.
Não sou escritora de verdade, sou uma farsa, e com essa farsa escrevi aqui alguma coisa pra não frustrar meus pouquíssimos leitores. Perdão se estou vazia e sem graça; isso acontece com qualquer um numa noite de domingo em que me deixaram sozinha, e até as letras se foram sem remorso.
Boa noite.

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