As minhas lutas são essas,
Montar um tigre em pelo
Banhar-me da água que lavou o doce do arroz
E ensaboar-me do cascalho que está no chão
Depois encostar a minha cabeça abaixo do espigão
E lutar, lutar, lutar,
Pra que eu não seja
Ordinariamente como os outros
Os que são fortes,
Montar um tigre em pelo
Banhar-me da água que lavou o doce do arroz
E ensaboar-me do cascalho que está no chão
Depois encostar a minha cabeça abaixo do espigão
E lutar, lutar, lutar,
Pra que eu não seja
Ordinariamente como os outros
Os que são fortes,
Os que têm poder de segurar um passarinho
E matar o passarinho na pressão da mão
Os que compreendem tudo e explicam
Os que nunca choram,
Os que ferem e não se culpam
Os que se indiferem
E não se entusiasmam, como eu
Que deixo cair uma lágrima quando estou contente
Para mim, o mundo é feito uma cartilha do primário
Lua, rolemã, pasta de amendoim, saudade
São figurinhas que colei na minha alma
Sou macia e frágil,
Ainda tremo de prazer ao ver um beija flor
Faço de conta que não remo contra a correnteza
Porque hoje tenho medo de tudo,
Até da rachadura da parede
Os que nunca choram,
Os que ferem e não se culpam
Os que se indiferem
E não se entusiasmam, como eu
Que deixo cair uma lágrima quando estou contente
Para mim, o mundo é feito uma cartilha do primário
Lua, rolemã, pasta de amendoim, saudade
São figurinhas que colei na minha alma
Sou macia e frágil,
Ainda tremo de prazer ao ver um beija flor
Faço de conta que não remo contra a correnteza
Porque hoje tenho medo de tudo,
Até da rachadura da parede
Da aranha que se aninhou no canto da janela
Do grito histérico da criança dentro do berço
Que eu não compreendo
Tenho pavor do mundo feio
Do que vivi, daquilo que eu vejo;
Na vida, tenho sido de tudo
Do que vivi, daquilo que eu vejo;
Na vida, tenho sido de tudo
De caldeireira a voluntária do prazer
Mas as insígnias da minha mocidade
Pendurei-as todas
Tenho medo de estar morrendo e não saber.
No comments:
Post a Comment