10 February 2007

TÃO TARDE


É tão tarde, tão tarde
Estou frenética
Naquele frenesi de lampião à gás
Que bruxuleia em chamas altas
Deixando tudo preto ao seu redor.
É tão tarde
E eu não descanso
Cá dentro de mim, revolta-se
Uma saudade
Um choro
Uma vontade
Se sou chama,
Neste momento eu sou é fogo alto
Tenho-lhe tanta sede,
Tenho-lhe tanta mágoa
Mágoa por estar, tão tarde
Tão só, como o enforcado,
Condenado

Sede, por estar em frente ao rio do meu mal
E estar contudo, cega e amarrada.

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