Hoje acordei com o céu e o inferno declarados dentro de mim. Nem bem resolvo acordar, leio uma declaração do Papa Bento XVI que há inferno; e que é eterno.
Suspirei, aliviada. Dentro das polaridades positivas e negativas as quais tanto me refiro, se há diabo, há santo, se há alguma forma de tortura, haverá também algum alento. E eternos.
Céu e inferno sempre foram imagens renascentistas fortes em mim e de gosto duvidoso, os artistas carregavam pesadamente nas tintas para definir que o que é azul e bom; se é vermelho, é pérfido.
Não que eu prefira imensamente os vermelhos borrados, a cor de sangue derramado em potes, mas somente aquele azulzinho de manto de Virgem Maria referendando o céu nunca me impressionou. Azul relaciona-se com o firmamento, que reflete a cor do mar, portanto mar e céu são de uma só cor, embora as nuances possam variar de acordo com a luz. Para mim, então céu é luz, que reflete tons, e luz não tem cor, embora seja a soma de todas as cores transformadas em branco quando giradas em hélice. Concluo entao que o céu deva ter vermelhos e os alaranjados pecaminosos também, tal qual o inferno pintado por Dante.
Suspirei, aliviada. Dentro das polaridades positivas e negativas as quais tanto me refiro, se há diabo, há santo, se há alguma forma de tortura, haverá também algum alento. E eternos.
Céu e inferno sempre foram imagens renascentistas fortes em mim e de gosto duvidoso, os artistas carregavam pesadamente nas tintas para definir que o que é azul e bom; se é vermelho, é pérfido.
Não que eu prefira imensamente os vermelhos borrados, a cor de sangue derramado em potes, mas somente aquele azulzinho de manto de Virgem Maria referendando o céu nunca me impressionou. Azul relaciona-se com o firmamento, que reflete a cor do mar, portanto mar e céu são de uma só cor, embora as nuances possam variar de acordo com a luz. Para mim, então céu é luz, que reflete tons, e luz não tem cor, embora seja a soma de todas as cores transformadas em branco quando giradas em hélice. Concluo entao que o céu deva ter vermelhos e os alaranjados pecaminosos também, tal qual o inferno pintado por Dante.
Será que o papa não poderia dar mais detalhes então do que ele chama “inferno eterno”? Não haveria lá uma corzinha pálida, amena,pasteurizada, que nos fizesse ansiar pelo mar, embora tão distante dele? Não seria esse o castigo maior, o de arder nas trevas vendo a cor do mar, e não poder transpirar o mar, entrar no mar, revestir-nos das cores azuis e espumadas, sentir-nos parte dele, confundindo-nos quando começa o céu e onde acaba a água?
E por que esse papa não declarou que o céu é também eterno?
Só pode ter uma explicação, se o céu é bom, não é eterno.
Tudo que conheço que foi bom, para mim acabou loguinho. Que pena que para o papa, também. O mundo não tem salvação!
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