Tem duas coisas que adoro fazer
E que compensam uma vida
Uma é sentir tudo o que posso ver;
Ver a barata correr, morta de medo de mim
Sentir que quando há chuva,
A chuva molha e me faz ficar molinha,
Querendo cama
E tomar chá de erva cidreira naquele pote verde
Que guardo para dias que penso, são especiais
Depois pentear meus cabelos
Jogando os fios para o leste e para o oeste
Imaginando que o pente é o vento do deserto
Que não deixa coisa alguma em seu lugar;
E escrever
O filme curta que passa em mim
De minuto em minuto;
Nem bem termina uma sessão
Começa outra
Com meus sentimentos à beira da minha pele
Observando tudo,
Através dos meus olhos de gueixa japonesa
Perfumada e paramentada de amor
- Amor por mim e pela poesia
Que tudo dá -;
Barata dá poesia;
E meus cabelos são a poesia em mim.
1 comment:
Amei essa sua "Confissão".
Beijos do padrinho.
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