Hoje não é dia de dizer adeus
Muito menos de ir comprar cigarro no bar
E voltar nunca mais
É dia de espichar o pescoço
Prá ver se tem alguma coisa lá na frente
O fundo de poço
Dizem,
É coisa de arrepiar
Porque tem buraco debaixo do buraco que chamam de chão
Eu, que vivo na superfície das coisas
Eu, que só lambo sabão
Quando vi um palhaço,
Ele já ia pra casa, morto de cansado como eu estou
Portanto, não acho graça nem em cansaço
Nem em risada
Eu não digo mais que quero que fique
Ou que quero que se mande
Quero que esteja pairando sobre o ar
Ora indo , ficando
E ora voltando
O adeus para mim é vôo do Boieng que passa de meia em meia hora
O permanecer é o fio terra da emoção
Permaneça, então.
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