23 June 2007

POEMA DA SÚPLICA


Não me queira mal se eu não lhe quero mal
Queira-me apenas
Como se eu fosse o verde que a pedra jade apanha
Queira-me porque sou necessária
E queira-me por que sou integrante
Não da sua virtude
Nem da sua falha
Mas porque sou parte,
E sou sua metade
Portanto, não me queira mal
Se eu lhe quero agraciado
Com minha voz batida, sem entonações
Enquanto destilo palavras para o alto...

Não me queira mal, nem sinta querer-me mal
São só palavras voadoras que atiro,
São punhais sem ponta,
São impulsos,
São aço sem valia...
Não me queira mal se lhe desejo bem
O mal é bem na busca das palavras
Para mim, palavras são canônicas e santas;
Os lábios que as proferem é que não são.

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