Quando amo, sou macia, feito manteiga no pão
Nem quero ser grosseira quando amo
Nem triste, nem alegre
Quero ser sã
Quero ter o corpo sarado
E a mente vigilante
Vasculhando tudo
Desde os barulhos externos
Até os barulhinhos que há em mim
E naquele que amo
Quero contar os pelos do meu corpo que se eriçam
E os pelos do meu amor que correm ao contrário
Quero ser gente
Mas ter o cio dos selvagens
Quero ter a maciez da pata do gato
E o calor do fogo do braseiro
Quando amo, quero ser par
Jamais serei aquela que se afasta
Mas a que busca e ata;
O amor é ventre no ventre
E olho aceso dentro do olho manso
Colado, intrínseco, amoroso
Não há como ser mau no amor
Nem odioso,
Amor bem feito tem que ser ruidoso
Amor é peito ardendo
É voz em fogo.
1 comment:
CECI...
Ficou lindo!
Que bom pude interferir nesta pérola!
Post a Comment