01 August 2007

MATEI CARNEIRINHOS


Matei vinte carneirinhos esta noite
O sono não vinha, os carneirinhos que eu contava
Só me atrapalharam

Subindo os montes da insônia
Igual eu subo em cavalo
Foi porque meu sono estava igual ao pico dos Andes
Existente, mas inexistente
Inalcançável para toda gente
E até para mim
Que torço para que eu seja igual aos que me cercam
Quando finalmente adormeci
Os carneirinhos mutilados e sem vida
Voltaram todos enfileiradinhos

Para dentro do escuro
Dessa minha mente que sonha pesado,
Mata sem dó o que não serve,
E continua sorrindo.



1 comment:

Anonymous said...

Está lindo seu poema, querida.
Mas da próxima vez que você cruzar com seu rebanho, não mate os pobres carneirinhos. Apenas corte as lãs para o agasalho dos que tremem de frio neste mundo tão desigual...
Beijos do padrinho.