Amo os números díspares
amo o canhoto
amo o olho de vidro;
amo aquele que não reconhece as cores
e nem sabe no mundo
qual é o seu lugar
Amo aquele que ainda está ignorante de si
Amo-o, porque o amo
Seriam longos e tediosos dias
de explicação para que alguém entendesse
porque eu amo a quem nunca se superou
a quem conhece a trincheira e não o glider
Amo os fracos
e a covardia traidora dos fracos
Amo-lhes as justificativas do porquê-não
Amo-lhes os olhares interrogativos
de rigorosa dúvida
Amo-lhes porque são
feitos da minha matéria
assim como também amei a minha matéria
da minha matéria primeira
Que eu deixei para trás
naquele passado perdedor
onde o estorvo é que era a integridade
Amo a vida do canhoto perdedor
a vida do olho de vidro perdedor
a vida do fraco perdedor
e por amá-las tanto
recebo delas um amor
de olho de vidro,
um amor fraco e perdedor
Amor perdido, pois.
2 comments:
Querida Cecilia,
TUDO VALE A PENA, QUANDO A ALMA NÃO É PEQUENA...
Seus versos são tão lindos!!!Mesmo quando estão tristes.
BJINHOS
Oi querida
saudades dos poemas.
Paixão está aqui do meu lado...sempre inspirando.
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