26 November 2010

AMOR, AMOR, AMOR


Gouveia me telefonou, aflito.
Disse que tinha sofrido um golpe de ar
e por isso não poderia vir me ver.
Amaldiçoei o ar, o golpe, o telefone,
mas jamais condenarei Gouveia.
Pelo fio, enviei-lhe graças 
mais que benfazejas
e quando o som se rompeu,
e Gouveia se foi, 
impedido pela quebra do espaço,
naquele acesso de amor exaltado,
engoli o ar que o golpeara.

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