23 December 2011

SAFRA DE MÁGOAS


De todos os meus erros do passado
apenas um me persiste;
o de ser terra pronta e cultivada
para os desajustes do amor...
Ser como a terra,
deixar-se lavrar como a terra,
receber a abundância da água queixosa,
murmurar o crescimento da mágoa
é a minha estação e a minha safra.
Fosse a minha tristeza uma bandeira,
esta seria monocromática,
e se fosse um rio,
seria um rio de uma só margem...
Posto que já vi o que agora vejo,
esta é a minha condição de alma:
nem o erro me ensina,
nem a virtude do novo me acalma...

1 comment:

Sotnas said...

Olá poetisa Cecília, que tudo permaneça bem contigo!


Sempre tem belos pensamentos escritos aqui a me encantar sob o teu Pé de Pitanga, e assim cá estou eu a me refestelar.
Apesar do desânimo expressado neste teu escrito, ele encanta pela naturalidade expressada no sentimento, e assim demonstra uma fase que qualquer vivente pode atravessar, é isso, penso ser apenas uma fase não desejada. E por outro lado creio que sempre podemos extrair algo do que nos acontece, talvez nos passem despercebido no momento, porém mais tarde vamos saber!
Sempre grato pela amizade, e por compartilhar teus pensamentos com os amigos eu desejo que você e todos ao redor tenham um viver tão feliz e intenso quanto desejam, e que no próximo ano seja redobrada esta felicidade de todos vocês, boas festas, abraços e até mais!