28 November 2006
RECOMEÇOS
Hoje eu desejaria falar de recomeço, porque há recomeços bons e há os que são custosos até a alma. O recomeço a que me refiro hoje é aquele que retrocede mal, joga pra trás, minimiza e humilha. É o recomeço da jornada, mas não no seu início, mas da pré-jornada, que é preparação para a estrada, com as indagações que lhe são inerentes, as dúvidas, a ansiedade e a coragem.
Todo recomeço devia ter um fim, ou seja, devia-se recomeçar já se sabendo do seu término, mas comigo não é assim. É um recomeço de primeiro ajuntar as pedras, observá-las, classificá-las por tamanho, cor e qualidade, e depois, lá na frente, perdê-las todas para depois, estupidamente, voltar a juntá-las.
Recomeços são penúria para mim; eles são o movimento pesado e vagaroso de quem tem poucas mãos e nenhuma idéia.
Mas não me deram outro trabalho que ao menos me dignificasse.
Amanhã cedo apanho a primeira pedra.
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