22 December 2006

DESCULPAS


Desculpe-me se eu falar
Mas é que estou com uma preguiça de lhe encontrar
Uma leseira grande
Um esticar de braços para trás
Vontade de me alongar
E perfumar a alma de corante
E o espírito, pintar de flor
Desculpe se eu sou a manha do gato
E o sono da jibóia
Joga o seu perdão
Nos milímetros do meu esperar
Atira seu entendimento
Nas pontas do meu cabelo
Porque a vida está passando nesse momento
Barquinho de papel na enxurrada
E é preciso que eu me curve
E serenamente acompanhe o barco
Nessa vida nova de ter olhos grandes
Olhos de ver, olhos de ficar.

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