30 December 2006

EU CHORO


Eu não tenho vergonha de chorar, não senhor,
Porque ninguém teve vergonha de me ferir
Vergonha por vergonha, fico com minha lágrima
Que é honesta,
Autêntica demonstração do afeto renegado;
A vergonha de quem fere é punitiva
Embora não haja penalidade na espada invisível
Que fere, mas não sangra
No entanto, corta-me no flanco mais profundo
Abrindo-me em ferida.
A vergonha da dor é justa,
Porque é defensiva,
Porque é inocente,
Porque tentou, em vão, ser intempestiva.
Se choro, estou correta
Se não choro, sou permissiva.

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