17 January 2007

CHOVE, RIBEIRÃO


Ribeirão Preto não se cansa
E teima na chuvarada
Ribeirão Preto tem um manancial de água pra cair
Que é bomba d´água no céu
E Ribeirão em cheia aqui na terra.
Depois de tanta chuva
É o Rio Amazonas de um ribeirão inchado
Ou o Rio Nilo de um São Paulo devastado
Deve haver peixe de rio e de mar se reproduzindo
Na pororoca do bueiro da esquina
Tubarão já se mudou pra cá
Junto com as lulas que eu comia fritas
Agora, aqui tudo dá;
Barco, pesqueiro, a rede e o pescador

Cada vez que abro a janela
Ribeirão está crescendo de chuva
Está se magnificando de enxurrada
Está molhando não só as ruas
Mas a minha figura triste
Fechada, recuada
E a minha poesia,
Que ficou menor, amarga,
Que se quedou por detrás da vidraça embaçada
Depois de tanta água.

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