18 January 2007

T

Tédio, que tédio;
Turbinar o tempo é o que tenho
Transformar o trapézio em fino trapo
Tonificar o tônus dos meus atos
Traçar os tolos tratados
Traduzir o talvez
Trocar o tabaco
Por algo mais tácito
Trazer para mim o teatro
E contemplar, atônita, o tablado
Tirar do tatame as trapaças
Teimar em tirar a tampa
Do tampouco, do tornado
Topar as touradas internas
Tomar os tiros do tártaro
Tagarelar em tupi
Trapacear no barato
Tabular tantos temores
Tombar sobre mim o talco
Tocar a tez da toalha
Tender a ser tonta demais
Temer a tarântula trágica
E transformar o tender
Em tilápia
Transviar-me para o túnel
Tirar o meu bem para um tango
Trocar o Monteiro
Por qualquer Tavares
Tentar ser mais terna
Tocar um trompete
Para tropicalizar o tambor
Tomar um grapete
Treinar uma trégua
Tingir o tapete
Atolar um tatu
Terceirizar a ternura
Em arte estampada
Temer o tirano
E atormentar o tinhoso
Entardecer todo dia
Atrasar-me às três da tarde
Atirar alguém no tucupi do pato
E apertar-me pateticamente o sapato

Mas tudo o que tenho é tédio,
Tédio tremendo
Tédio teimoso,
Tédio esticado.

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