08 February 2007

POEMA DO AMOR POR MIM MESMA


O meu amor por mim mesma
Face ao adiantamento ao qual eu me destrato
Dá-me a serenidade de pertencer aos segregados
Nunca fui tola, mas como tenho sido tola!
Nunca fui santa, e ainda assim vejo que persigo a integridade
Não fui criada por sobre afetos espontâneos,
A cumplicidade, o segurar as mãos, o dar a outra face
Contudo, entre esse querer e esse não querer
Quero-me, a mim mesma, como assim desejo ser
Contraditória, indecisa,
O perfeito inverso do perfeito
É justo e bom viver na imperfeição
Na imperfeição não vejo amarras e obrigações,
Corências infiltradas em minhas retidões
Vejo apenas um terreno longo a arar
Sulcos a rasgar
Um vasto e perdido tempo de inferno e paraíso
Com purgatórios perniciosos no entremeio
E a minha paciência estendida em anos luz
Á espera de um acontecimento que me exorcise
No mais, vou me amando como posso
Um pouco de anjo e muito do maligno.

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