06 February 2007

A SIMPLICIDADE


Estava pensando em fugir
É que estou cansada de viver aqui
Então imaginei sair de madrugada
Uma trouxinha simples,
Dois ou três pares de sapatos
Para andar o muito longe

Para onde se cria vento

Se houvesse um lugar para onde eu fosse
Decerto seria aquela casinha tosca à beira da estrada
Daquela estrada que eu vi um dia
Estreita, tortuosa
E que me levasse à simplicidade
Desejo comer no prato quebrado de rosas desbotadas
E pendurar de manhã todos os suores

Das roupas brancas nos varais da minha mocidade
Quero a simplicidade,
Quero o silencio da simplicidade
Que de noite mia gatos
Mas que a manhã

Possa finalmente devolver-me a face de antigamente
Aquela face da minha ingenuidade
Que eu jamais perdi,
Está aqui dentro,
Mas onde está nao sei,
Não sei, não sei...

1 comment:

Anonymous said...

Ceci...
Sugiro que possamos ir juntas.Podemos fazer companhia uma à outra, comer a fruta colhida no pé, de manhã bem cedo, fazer arroz bem feitinho, com abobrinha refogada (da nossa hortinha). Ficar sentada no banco tosco vendo o entardecer. Escrever(vc)em velhos papéis e eu pintando a velha cerca com tinta branca bem aguada.Sabe onde está este lugar?
Aqui.