01 April 2007

POEMA DO ENGANO


Não desejo mais ser enganada por ti
Recuso-te às vísceras
Tuas palavras todas eu as viro ao contrário
Tu falas pedra, mas pedra é pássaro
Tu sorris, eu fecho a cara
Tu me mordes, eu te assopro e passo
Tua enganação é a límpida taça
De onde te bebo
E de onde me extravaso
Mas não me enganas quando me enganas

Pois que agora também te engano com meu ar
De quem confia em ti;
Mas sabe-te.

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