03 June 2007

CAI O TEU NOME


Cai o teu nome ao chão
Recuso-me a resgatá-lo
A ajuntar, paciente,
Tudo o que sobrou de mim
Dentro do teu nome
Essas letras multiformes
Mal feitas, infames
Tortas...
Recuso-me também,
Nesta hora de difícil passagem
A respeitar teus afazeres
E a te desejar boa sorte
Recuso-me a entrar prá dentro de casa
E recuso-me também a sair deste espaço
Fico onde fico
Vejo teu nome ao chão
E respiro, aliviada
Está onde deve estar
Chão é a linha dura do horizonte
Horizonte, para mim, é a limitação do norte
Não é vida, nem saída;
É morte.

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