05 July 2007

O MUITO E O BASTANTE


Porque não gosto de passar fome
E porque não gosto de fazer pão
Encostei-me nesse barranquinho
Deixe-me aqui encostadinha
Deixe-me só
Mas traga-me um pedaço de pão
À hora do meio dia
Não se demore
Nem faça sermão
Nem me diga que é hora de partir
Parta somente
E volte no outro dia
A sua volta é que é minha alegria
E o pão,
Dado por suas mãos
É o aniquilamento da necessidade
É o pouco do todo,
É o tudo todo dia
É o muito e o bastante
Nesse barranco quente,
Como o pão quente que recebo
Quente como a minha solidão
Parcial, mas solidão.


1 comment:

Anonymous said...

Ceci,

quando vier visitar-me vou fazer pão caseiro e café.
com uma boa prosa...vai ser bom!