29 July 2007

POEMA DO PARA SEMPRE


Vibro, aqui dentro de mim
Vibro-me
E não é de frio
Não é da aragem leve
Não é do sono
Grosso como o granizo de ontem à noite
Vibro-me em todas as notas de dó a dó
Faço sentir meu batimento de músculos e carne
E tenho todas as sensações
Meu olhar é que tem razão
Todos os sentidos meus ficaram absurdamente indóceis
Imagino-me surda, e surda estou
E se quero amargar-me em arrepios
Arrepio-me
Tenho sede, mas impeço-me
Beber agora não saciaria
Nem a mim, nem ao meu espírito
Que sabe esperar
Quero voltar ao antes e também me impeço
E quero vibrar-me, na ponta do trompete
Expandir-me nos metais
Para sempre, vibrar-me
Este segundo que passa,
O homem do biju que passa,
A chuva trazendo o frio, que passa
A tua presença, contida apenas na imagem,
Coisas fugidias, para mim,
São para sempre.


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