Falar de distância é falar do abstrato. Podem-me medir a distância em milímetros, centímetros, metros, quilômetros e milhas, ainda assim, a distância para mim, será a mesma. Volta-se o olhar para trás, mesmo que se esteja junto, instarou-se a distância. Se porventura fecham-me os olhos à minha visão aflita de querer me explicar de alguma negligência, a distância amarga.
Distância, distância, é o fechar do coração e o alargar do espaço, mesmo que não fosse físico.
Hoje estou em distância, e até mesmo de mim, que maldosamente, me esqueci de contatar meu eu desregulado nesses dias de feriado. Esqueci-me de tratar-me como devia, de cuidar-me como me cuido e de dedicar-me aos momentos de solidão para paparicar meu eu e saber como estou indo por dentro.
Andei às tontas e distraí-me com o que chamo de supérfluo; tentei ler revistas, fui às ruas e tomei vários banhos, cada um com diferentes sais. Distanciei-me de mim mesma, que estava dentro, pequena e frágil, e agora, vou buscar um resgate de alma.
Volto então agora para minha cama quente, olharei longamente para o teto à busca do movimento anterior das hélices do ventilador, agora parado, me resolverei como sempre me resolvi. Volto-me para mim que sou a expressão mais simples da tradução do mundo. Se estou bem, o mundo gira bem. Se não, é preciso reorganizar o mundo.
Deixe-me, neste sábado de manhã com um pouco de sol e alguma alegria, reajuntar as peças do meu mundo, empilhar os sentimentos e guardar o que necessite ser guardado. Quero passar longas horas agora, silente e só, apartada do que é corriqueiro e do que é mortal. Quero-me agora, escondida dos outros e revelada à minha posse de alma e vontade de calma.
Chega de distância de mim, quero-me perto.
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