13 November 2007

QUE ME CALE


Sinto uma paradeira de água,
Sinto um medo, um pavor de escuro,
Sinto uma qualidade de temperamento que não fôra mais meu
E que voltara,
Sinto um fio de prata me esticando à revelia, à estrada
E sinto frio.
Jamais pudera acreditar no que me espera;
Dias acumulados sobre dias,
O calendário a virar as folhas com mensagens
E eu, parada na primeira estaca.
Se há um recomeço,
Se ainda há uma única chance,
Se há uma chance de recuar e redesenhar sobre o pano,
Que eu me resigne, espere e que me cale.






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