Poema dedicado à Vera Milunovic, sensível, bela, generosa, artista plástica, arquiteta, autora dessa obra de arte chamada Faiança.
No momento em que vi seu "prato de bolo", vi de um tudo, menos um "prato de bolo" o qual ela, erroneamente, na minha opinião, o chama. É simples, como tudo deve ser simples, e portentoso, como tudo que é simples também o é.
Achei que fosse um lugar de adoração, onde eu colocasse lá em cima um amor bom, e o deixasse assim, absurdamente quieto, apaziguado, a fim de que eu o contemplasse e o adorasse, por sobre liso branco.
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Porque hoje o dia foi um porre fenomenal
Que eu torci para que fosse bissexto
Quero um presente,
Não me tragam estrelas,
Não me tragam coisas inatingíveis, como as estrelas
Abstratas, suficientemente altas
Que eu torci para que fosse bissexto
Quero um presente,
Não me tragam estrelas,
Não me tragam coisas inatingíveis, como as estrelas
Abstratas, suficientemente altas
Arrogantes, por sua distância,
Pequenas e desprezíveis, por sua distância,
Tristes,
E frias, as estrelas ...
Nem me tragam um amor de espadachim dos tempos lá de trás
Aquele amor que mira certo e ataca
E prende o adversário com o fio da espada junto a jugular,
Sem chance de escape
Que vem por cima,
E frias, as estrelas ...
Nem me tragam um amor de espadachim dos tempos lá de trás
Aquele amor que mira certo e ataca
E prende o adversário com o fio da espada junto a jugular,
Sem chance de escape
Que vem por cima,
Que conhece e julga o golpe,
Que abate...
Quero um presente hoje que eu possa ver, tocar
Um presente que seja simples, como eu fôra simples
De uma simplicidade de rei e uma nobreza de ordem
E elegante, como eu gostaria que meus atos fossem
Mas meu atos são pagãos, covardes,
Não existem nem em dicionário
Quero um presente para me adornar,
E me tornar mais bela do que já fui
Já que a beleza que havia em mim, agora se dissipa e foge,
E esplêndidamente muda, morre.
Dê-me este presente, hoje, quero-o logo,
Que abate...
Quero um presente hoje que eu possa ver, tocar
Um presente que seja simples, como eu fôra simples
De uma simplicidade de rei e uma nobreza de ordem
E elegante, como eu gostaria que meus atos fossem
Mas meu atos são pagãos, covardes,
Não existem nem em dicionário
Quero um presente para me adornar,
E me tornar mais bela do que já fui
Já que a beleza que havia em mim, agora se dissipa e foge,
E esplêndidamente muda, morre.
Dê-me este presente, hoje, quero-o logo,
O prato de faiança
Um suporte vazio, que seja meu pedestal
E meu altar,
Meu púlpito e meu mestrado
Porque essa vida me exigiu demais,
Porque essa vida me marcou demais
Hei de colocar nesse prato os meus ganhos,
E não aquilo que eu deixei passar
A faiança branca, mais pura do que eu que já fui pura
Mais útil, do que já pude me doar.
Um suporte vazio, que seja meu pedestal
E meu altar,
Meu púlpito e meu mestrado
Porque essa vida me exigiu demais,
Porque essa vida me marcou demais
Hei de colocar nesse prato os meus ganhos,
E não aquilo que eu deixei passar
A faiança branca, mais pura do que eu que já fui pura
Mais útil, do que já pude me doar.
Um prato de faiança é aquilo que devemos esperar;
Nele, as estrelas frias,
Nele, as confissões do amor vingado,
Nele, a vida.
1 comment:
Cecília
Eu ainda não tinha lido...Que maravilha ...Vai para meu Blog hoje!
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