Fazer uma escolha é como pegar um rio
Passar-lhe uma régua ao meio
Represar a parte que se quer desprezar
E tornar da metade que sobrou
Um rio inteiro,
Passar-lhe uma régua ao meio
Represar a parte que se quer desprezar
E tornar da metade que sobrou
Um rio inteiro,
E esquecer-se dos peixes da outra metade
Esquecer-lhe as partes sombrias e as luzidias
Esquecer-se dos banhos frescos que meio se tomou
À luz refletora de espelho dos fins de tarde da fração perdida,
As pedras pontudas e as roliças,
E a divisão também do céu que se partira.
Fazer uma escolha sábia é dividir-se ao meio,
e esquecer-se, tolerante, da metade do que se foi
E saber-se, também sabiamente,
Tristemente,
Meio ganhando o que se privilegiou,
Meio perdedor.
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