27 November 2010

A ROSA


Desejei que me tivesses dito:
"Oh, maravilhosa!"
Desejei que me tivesses estendido tua mão
e que dela tivesse vindo  a manta verde musgo
dos teus sonhos que trouxeste do Peru;
desejei que me tivesses falado de uma poesia branda
com a voz amaciada pelo rum
e que tivesses me tirado para dançar
com a rosa ao ombro.
Desejei ser tua
e tua fui,
e agora, que é de noite
e que sinto frio,
nem tua manta peruana,
ou tua mão penosa
me consolam.
Ficou a rosa, aturdida
desbotada e crua.

1 comment:

Sotnas said...

Olá Cecília, desejo que tudo esteja bem contigo!
Assim é o amor, somente um a desejar, quando ambos desejam, ele se realiza, e não sobra somente uma rosa aturdida e desbotada! Parabéns por lindo poema, sensível sentimento feito poesia! Obrigado pelas visitas sempre tão carinhosas. Tudo de bom pra você e todos ao redor sempre, grande abraço e até mais!