16 March 2011

POEMA DEDICADO AOS CÉUS MANCHADOS E AOS INFERNOS ASSEADOS



Que sonho de céu te aporta?
Que sonho de céu te importa,
que sonho de céu te acorda,
que sonho de céu te entorta?
Um céu rural apascentando  vacas?
Teu sonho de céu,
é rude enquanto é a tua risada
porquanto seja rude tua fala.

Jamais desejarei teu céu,
e me quedarei  aqui mesmo
inebriada de uma  felicidade farta,
no céu de infernos em que me colocaste...

Um céu de separatas,
torna-se planície de regalos,
tão afastada de ti
agrada-me, agrada-me.

Que sonho de céu te aparta?
Somente meu céu de infernos,
este lírio afogado que sobrou da farsa
- era tão belo o lírio! -
 Mas lírios morrem, a beleza morre,
eu também morro,
e só teu céu escrito
resiste em meio às feias plagas.

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