09 December 2006

DESEJO


No desejar profundo que me encontro
Não cabem mais as minhas palavras
Nem o meu sentimento de assombração
Sombra infeliz que me espelhava
Enfeite de mentira que me adornava
E as carícias noturnas,
Nem tão leves como eu desejava
Desejo mais
Desejo que o profundo dos pacíficos se exponham
E que eu veja a aurora boreal
Nunca mais sombria
Nunca mais noturna.

Desejo a vida
Em raios displicentes sobre o meu quintal
E eu, paralisada, estremecida e inerte
A desejar, a desejar
E a receber o desejado
Fruto da minha imaginação,
Perfeita ponte combinada
Entre o que desejei um dia
E o que desejo então.

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