19 March 2007

A POLPA DA PAPAIA


Gostei da regalia que me deram
Deram-me uma tristeza refinada;
Aquela tristeza de dar dó a quem não sabe
Acho-me, de todas as criaturas, a mais afortunada
Quem pode ser como eu,
Quem é que pode me imitar?
Por dentro, sou mole feito a polpa da papaia
Brilhante e lisa, nessa casca inventada
E nos meus trejeitos
De falar em meio ao riso
De chorar em meio ao trágico

De fingir que não lhe vejo
Sou mais feliz do que esse
Que me lê neste momento.

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