23 April 2007

INTEIRA


Muitas vezes me pergunto se alguém me lê, regularmente.
Todas as vezes que penso, acho que não. Penso que estou escrevendo igual a nada e alma nenhuma sabe que eu existo. Em suma, que estou “fazendo careta prá cego”, como diria meu pai.
Mas se alguém me lê neste momento, saiba que tudo o que escrevi até agora é frágil e mutável. O que penso hoje não pensarei amanhã e não desejarei pensar amanhã de manhã; porque a cristalização do ser me fastia; o previsível me enoja. A mesma coisa me cansa, como me dói viver dentro da mesmice de todo dia! Sou e não sou, acabo de falar e já desfalei, assim, se eu morrer aos noventa e dois, como supunha que viverei, já terei sido o que nunca quis imaginei ser. Inteira.

2 comments:

Anonymous said...

EU LEIO E GOSTO MUITO MUITO MUITO

Anonymous said...

Ceci

Será?