22 June 2007

MARIA CECÍLIA




Gosto quando você me chama de Maria Cecília;
Maria Cecília me deixa circunspecta e fria.
Quando estou de Maria Cecília sou a faca que corta o pão
Enquanto ele grita
E eu, me rindo, dentro das capacidades...
Hoje, quando saí de casa
E o vento me falava que era inverno
Maria Cecília me dizia que é verão
Maria Cecília afirma e desafirma
E eu gosto do jeito que me dou
De desdizer as generalidades

Chame-me hoje de Maria Cecília,
Chame-me mais,
Chame-me daquilo que já fui outrora
E que já perdi
Porque me fere a face que já perdi
A família que já perdi
A casa que já perdi
O laço que já perdi
A alegria inocente de possuir um nome
Que eu traduzi em beleza e fortaleza
Já perdido no emaranhado das linhas do meu gozo
Perdido, pois.




2 comments:

Anonymous said...

Maria Cecília, Cilinha, Ceci, Ci, não importa, nesta minha pequena manifestação. Apenas quero lhe dizer como fiquei feliz com a maravilhosa produção de seu pé de pitanga! Como um esterquinho de quando em vez faz bem, não?
Que permaneça assim bem pródiga a sua produção, para alegria e felicidade de seus admiradores (ou gulosos deglutidores)!
Um beijo do tio que a ama muito.

Anonymous said...

Concordo um pouco do tio.

Mas quando penso em vc, penso nas
personalidades distintas que vejo em vc.Tem horas que eu lhe dou colo... tem horas que você dá-me seu colo.
Quem é uma ou outra só eu sei.