Preciso disso, preciso
Da mudança de cor e de paisagem
Preciso de um conselho que me dêem
Mas que me dêem de graça
E não se vinguem de mim
Cobrando-me
A lágrima vertida
Ou o choro escancarado
Preciso disso, hoje
Um pedacinho daquele tecido brilhante,
Azul marinho, profundo
Que cobria a sombrinha antiga
De cabo feito de osso acizentado
Que ficava atrás da porta
Que dava para o quintal
Em verdade, preciso do quintal
Da visão do portão
E da minha destreza de subir no muro
Enfeitado por um caco de vidro verde e outro azul
Preciso saber o que meu coração contém
E que ninguém sabe
Os homens se lançam às descobertas estrondosas
E não descobrem o que há no meu coração
Que precisa de tudo
Do pano sombrio da sombrinha
À largueza da vida que havia além do portão
Da minha destreza de antes,
De contornar o muro, de me desviar nos atalhos
De enxergar o que havia para fora
Dos muros ridículos que me tamparam a visão
Preciso da minha visão.
2 comments:
CECI,
EU QUERIA PODER LHE DAR CONSELHOS.
MAS SERÁ QUE POSSO?
VC SABE BEM DO QUE DIZ?
CECI
Tá lindo seu Blog!
Que vc FEZ garota?
Onde está a chave do mistério?
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