19 June 2007

POEMA DA LARGUEZA DA VIDA


Preciso disso, preciso
Da mudança de cor e de paisagem
Preciso de um conselho que me dêem
Mas que me dêem de graça
E não se vinguem de mim
Cobrando-me
A lágrima vertida
Ou o choro escancarado
Preciso disso, hoje
Um pedacinho daquele tecido brilhante,
Azul marinho, profundo
Que cobria a sombrinha antiga
De cabo feito de osso acizentado
Que ficava atrás da porta
Que dava para o quintal
Em verdade, preciso do quintal
Da visão do portão
E da minha destreza de subir no muro
Enfeitado por um caco de vidro verde e outro azul
Preciso saber o que meu coração contém
E que ninguém sabe
Os homens se lançam às descobertas estrondosas
E não descobrem o que há no meu coração
Que precisa de tudo
Do pano sombrio da sombrinha
À largueza da vida que havia além do portão
Da minha destreza de antes,
De contornar o muro, de me desviar nos atalhos
De enxergar o que havia para fora
Dos muros ridículos que me tamparam a visão
Preciso da minha visão.

2 comments:

Anonymous said...

CECI,


EU QUERIA PODER LHE DAR CONSELHOS.
MAS SERÁ QUE POSSO?
VC SABE BEM DO QUE DIZ?

Anonymous said...

CECI

Tá lindo seu Blog!

Que vc FEZ garota?
Onde está a chave do mistério?